Prof. Sérgio  Waldeck , Doutor em Linguística, professor na Unb.
Na ilustração abaixo, a Pedra da Roseta.  
 Se você pensou, por causa do título, que nosso  tema de hoje seria sobre a famosa poesia de Carlos Drummond de Andrade  (1902 – 1987), está inteiramente enganado. Como você sabe, essa poesia  foi publicada em 1930 em Alguma poesia,  e foi incorporada na Obra Completa da editora Aguilar em 1962.
Se você pensou, por causa do título, que nosso  tema de hoje seria sobre a famosa poesia de Carlos Drummond de Andrade  (1902 – 1987), está inteiramente enganado. Como você sabe, essa poesia  foi publicada em 1930 em Alguma poesia,  e foi incorporada na Obra Completa da editora Aguilar em 1962.O poema modernista gerou grandes celeumas  entre leitores e críticos em razão de diferentes rupturas apresentadas  contra os modelos tradicionais, tanto da poesia romântica, quanto da  parnasiana. Com o objetivo de preservar as numerosas polêmicas geradas  pelo poema,  Drummond publicou, anos depois, um livro sobre a história de sua  pedra.
             Nossa pedra de hoje é outra, conhecida como Pedra da Roseta, teve crucial importância histórica, pois  permitiu que decifrássemos a escrita egípcia e penetrássemos, assim,  naquela cultura milenar. Tudo isso começou em 1798 quando Napoleão  Bonaparte invadiu o Egito com o objetivo de atingir seu contumaz  inimigo, a Inglaterra. Para a conquista do Egito, além de tropas  militares, Bonaparte trouxe consigo arqueólogos e cientistas,  pressentindo descobertas na terra dos faraós. 
            Não  deu outra, pois em 1799 os soldados de Bonaparte, em escavações  próximas ao delta do rio Nilo, descobriram um bloco de basalto negro com  cerca de 1m de altura e 70 cm de largura. Era a Pedra da Roseta.
A pedra que  era um verdadeiro documento  político louvava o rei Ptolomeu Epifânio em Menfins,  no ano de 196 d.C. Ela apresentava  três textos em três línguas diferentes: grega que podia ser lida e  compreendida; mais duas indecifráveis: hieroglífica e demótica.
Apesar da  descoberta dessa raridade trilíngue, os trabalhos de decifração desenvolveram-se com dificuldades por anos a fio,  à semelhança do poema de Drummond em que a pedra nunca era ultrapassada  nos versos.
Muitos  eruditos trabalharam nessas tentativas  de decifração, porém a figura mais significativa foi um jovem francês,  Jean François Champollion (1790 – 1832) que dedicou 21 anos de sua breve vida a essa grandiosa pesquisa científica.  Talentoso, precoce, ele se interessou pela pedra em 1801, portanto com  onze anos de idade e dedicou-se a ela até 1822 quando conseguiu sua  decifração. 
ANDRADE, Carlos Drummond de. Obra  Completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1962.
STÖRIG, Hans  Joachin. Aventuras das Línguas. Uma história dos idiomas do mundo. 3 ed. São  Paulo, Melhoramentos, 2006.
WYSE, Lis (org). O atlas das línguas.  Lisboa: Estampa, 2001.Texto publicado em primeira mão no blog AO REDOR DA LÍNGUA, em 7/12/10
 
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