quarta-feira, março 29, 2006

BRIGA DE COMÉRCIO

BRIGA DE COMÉRCIO

(Essa é para o folclore canabrabeiro!)

Contam que lá pras bandas do Sobreira só tem um boteco. O incutimento dos pés-de-cana e até dos mais sérios homens do povoado é o bar do Quinca. Quinca, sempre atencioso, recebe diariamente seus fregueses: uns a caminho da roça, lascam uma pinguinha nos peito pra espantar o sono e ganhar disposição; outros, em retorno, quebram um venenozinho pra abrir o apetite e espantar o cansaço.
Falam as más línguas que Priquitim anda tocando uma roça nas imediações. Dizem ainda os que não tem mais o que fazer que ele bate perna diariamente pro bar do Quinca. E, desocupados de tudo, esses infelizes, que vivem dando conta da vida alheia, espalharam que Priquitim nem não acha ruim atravessar o asfalto pra saciar suas inquietações etílicas. O problema é quebrar carreiro de volta com o sol cozinhando o couro e o álcool fermentando nas veias.
É também narração de fofoqueiros que Priquitim, cansado de secar canela, indo pro Quinca, deu na cabeça que o Sobreira precisava de um boteco concorrente. Aí, no gozo da conveniência, montou estabelecimento na própria roça, beirando o asfalto e abriu letreiro: Bar do Priquitim. O empreendimento dividiu a freguesia do Quinca e gerou acirrada disputa publicitária entre os dois comerciantes. Priquitim, sujeito pacífico, tratou de baixar os ânimos, de selar a paz definitiva.. Mandou Nino Lima pintar uma grande placa na porta do bar, com os seguintes dizeres: SE NÃO QUISER TOMAR NO PRIQUITIM, VAI TOMAR NO QUINCA!
alan oliveira machado

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