quarta-feira, fevereiro 22, 2006

O INDIVIDUAL E O SOCIAL


Penso que duas coisas deveriam estar no foco da atenção deste espaço de debate. A uma já me referi aqui: a divisão do comportamento político humano em individual e social, o que Aristóteles chama de ethos individual e ethos político. Aristóteles diz, em outras palavras, que por ser o homem inevitavelmente gregário, o ethos político é mais importante do que o individual. Então, vejam bem, neste espaço penso que quando se faz referência a alguém, não se o faz levando em conta o ethos individual, mas sim o político. Por exemplo: não nos interessa se Hamilton (político uibaiense) é um pai amoroso, um amigo divertido e alegre, importa-nos apenas que ele faz política e quer ter acesso à administração do bem público e já sabemos por experiências anteriores que suas ações são lesivas à coletividade, ou seja, o ethos político dele é um antiethos, melhor dizendo, ele é antiético. O mesmo podemos dizer sobre qualquer pessoa seja de esquerda ou direita: não nos interessa a vida pessoal, mas se a pessoa sobe num palanque as atitudes dela passam a nos interessar e se sua encenação se nos parece incoerente, temos o direito de criticá-la, independente de ela ser nosso irmão, cunhado, mãe ou tia, pois é o bem da coletividade que está em jogo e qualquer desvio ético pode ser danoso. Outra coisa que está passando da hora de ser debatida aqui e a liberdade, acho que este espaço é para discussão e não convém excesso de reservas com respeito ao ethos político. (alan oliveira machado, uibaionline, abril de 2004)

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