sexta-feira, maio 01, 2009

O MENINO TRISTE (FIO DO TEMPO, 2002)


sou meio fora do tempo,
passei cedo por onde cheguei tarde,
quando me dei conta, fiquei dividido
entre voltar e ir adiante...
meus mistérios são sem graça,
os pronunciei antes de entender,
e os entendi depois de velhos.

à infância, tarde é sempre,
quando se é assim, sem rumo,
agonizando...
pipa perdida na rede elétrica,
desejo de voo decepado
pelo cerol do tempo...
sem a rabiola do equilíbrio,
girando louco...
esmaecido de sol e chuva,
frágil a qualquer brisa...
quando se é assim
sem o sorriso colorido da seda,
sem a fixidez da cola dos retângulos,
perdido de esperanças,
tremular solitário,
no último fio elétrico da estação...
conto de fadas sem final feliz.
(alan)

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